Durante muitos anos, o radiojornalismo se resumiu à leitura de notícias de jornais. Os locutores apenas liam ao microfone, informações que já haviam sido publicadas em outros meios. Essa situação só mudou depois da criação do Repórter Esso, em 28 de agosto de 1941. A Rádio Nacional, do Rio de Janeiro, colocou no ar a primeira edição do Repórter Esso.
O Repórter Esso foi o primeiro noticiário de radiojornalismo brasileiro. Era patrocinado pela Esso Brasileira de Petróleo (daí a origem do nome) e já existia em cidades como Nova York, Buenos Aires e Santiago, fruto da "Política de Boa Vizinhança" dos Estados Unidos com os países da América Latina, seus aliados na 2ª Guerra Mundial.
Pioneirismo
Repórter Esso foi o precursor em apresentar o noticiário adaptado para a linguagem de rádio. Com o programa, também se criou o hábito de definição de horários. Pela primeira vez, um jornal falado tinha horários certos para entrar no ar: às 18h, 12h55, 19h55 e 22h55.
Também lançou o primeiro guia impresso para orientar radialistas na preparação das notícias.
Os locutores que fizeram maior sucesso no noticiário foram Gontijo Teodoro, Luís Jatobá e Heron Domingues (foto).
Profissional exigente, Heron Domingues, escolhido entre centenas de candidatos para dar voz ao Repórter Esso, dava atenção às leituras detalhadas da notícia para conseguir atrair o ouvinte.
Os slogans mais famosos eram do programa eram: "O primeiro a dar as últimas" e "testemunha ocular da História" O repórter Esso, como já citei,não se limitava a ler as notícias recortadas dos jornais. As matérias eram enviadas por uma agência internacional de notícias sob o controle dos Estados.
No pós-guerra, o Repórter Esso noticiou grandes fatos, entre eles:
- A Guerra da Coréia
- A morte de Getúlio Vargas
- Revolução Cubana
As transmissões foram encerradas em 31 de dezembro de 1968 com Heron Domingues narrando a abertura, e Roberto Figueiredo despedindo-se dos ouvintes bastante emocionado.
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