Pessoas com a síndrome de Laron tiveram menor incidência das doenças
Cientistas pretendem elaborar tratamentos bloqueando hormônios
Cientistas pretendem elaborar tratamentos bloqueando hormônios
A pesquisa acompanhou cerca de cem pessoas com a síndrome de Laron (Foto: Cortesia / Jaime Guevara-Aguirre) |
Um estudo de 22 anos com pessoas anormalmente baixas sugere que as mutações que causam o nanismo podem também diminuir o risco de câncer e diabetes. Na pesquisa, o biólogo celular Valter Longo, da Universidade do Sul da Califórnia, nos EUA, e o endocrinologista equatoriano Jaime Guevara-Aguirre acompanharam uma comunidade remota nas encostas dos Andes.
Nesta comunidade, há muitas pessoas com a síndrome de Laron, um defeito num gene que impede o corpo de utilizar o hormônio do crescimento (GH). Os cientistas acompanharam cerca de cem indivíduos com a síndrome e 1,6 mil de estatura normal.
O pesquisador Jaime Guevara-Aguirre e com participantes da pesquisa em 1988 (Foto: Cortesia / Jaime Guevara-Aguirre) |
Contudo, a expectativa de vida dos dois grupos é aproximadamente a mesma, pois os anões morrem pelo abuso de substâncias ou por acidentes com mais frequência. “Embora os indivíduos que encontramos aparentem estar relativamente felizes e normais e sabidamente tenham funções cognitivas normais, há muitas causas de morte estranhas, incluindo muitas ligadas ao álcool”, explicou o pesquisador.
O que ainda não está claro para os cientistas é como a deficiência de hormônios de crescimento pode proteger um indivíduo. De toda forma, existe a esperança de desenvolver um tratamento a partir do bloqueio dos hormônios. A ideia é utilizar tal tratamento em adultos com alta taxa destes hormônios, tentando levá-los a uma taxa média, e apenas em famílias com alta incidência de câncer e diabetes.
O estudo foi divulgado pela publicação científica “Science Translational Medicine”.
Do G1, em São Paulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário