sábado, 30 de maio de 2009

Líderes, gerentes ou chefes



“FHC e Lula definiram um alto padrão para a função presidencial: o de líder. É o que torna difícil imaginar Dilma na Presidência."
Renato Janine Ribeiro


Esta é a frase dita por Renato Janine, professor titular de ética e política da USP, ao se referir a “nova função” presidencial no Brasil. Em seu texto publicado no jornal Folha de São Paulo, Janine afirma que o último e o atual presidente do Brasil possuem uma função definida: a de líder. E essa função deve ser mantida pelo candidato que desejar ocupar a cadeira do Palácio do Planalto nas próximas eleições.

Segundo Janine, Dilma – apesar de suas qualidades – não apresenta as mesmas características (persuasão e união) capazes de vê-la na liderança, e, por conseguinte, na presidência do Brasil.
Um presidente precisa saber liderar e lidar com o país. Em seu texto, Janine cita alguns exemplos: FHC só conseguiu realizar mudanças em seu governo por apresentar características de liderança. Realizou privatizações e emplacou o Plano Real. Com Lula não foi diferente. Basta analisarmos as políticas sociais desenvolvidas em seu governo.

Os presidentes que são líderes não mandam, eles falam, seduzem e administram conflitos. Janine utiliza a mesma definição que um político francês, no que se refere às qualidades de um líder. “Sua melhor qualidade é que ele descobre muito rapidamente o que as pessoas querem". Isso porque elas mesmas não sabem o que desejam.

Ainda segundo Janine, o PT (Partido dos Trabalhadores) não tem um líder a propor para a presidência em 2010. Como sabemos, Lula quer se eleger em 2014, e para tanto, o mais adequado seria colocar alguém que governasse sem o objetivo da reeleição; com apenas um mandato (2010-2014). Em sua explanação, Janine cogita ainda que Aécio pudesse ser a melhor opção para o cargo de chefe do Executivo. Suas qualidades e seu poder de persuasão se destacam. O difícil seria ele se contentar com apenas um mandato.

Nota-se que o Brasil colocou a política acima de gerência. Isso pode ser positivo mesmo não priorizando a gestão, porém seria negativo gerir sem apoio político, “Técnicos no poder funcionaram na ditadura. Na democracia não basta”.

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