terça-feira, 30 de junho de 2009

Entrevista: Wander Thomaz

Para encerrar os post’s sobre Rádio e Jornalismo, apresento uma entrevista que realizei com Wander Thomaz, coordenador da Rádio Globo Cultura de Uberlândia e narrador esportivo.


Wander apresenta os programas “Em Cima do Lance” e “Globo Esportivo”, na Rádio Globo Cultura, além de ser o narrador oficial da rádio, nos jogos do Uberlândia Esporte Clube (UEC). Trabalha no rádio há 20 e é identificado carinhosamente pelos ouvintes como “Gigante de Minas”. Desde 2003, ele é a principal voz de “gol” do UEC. Seus programas geram grandes repercussões na mídia esportiva local. Admirado e respeitado pelos colegas de profissão, nesta entrevista, Wander fala sobre o veículo rádio; suas impressões e visões. E como não poderia deixar de ser, o profissional também fala sobre narração esportiva, momentos marcantes de sua carreira, situações engraçadas e perspectivas profissionais. Acompanhem.

- No inicio da carreira, você trabalhou apenas em dois veículos: rádio Educadora e rádio Cultura.. De plantonista passou a repórter e, desde 1998, assumiu a posição de coordenador. Como você avalia sua trajetória no rádio?

Comecei em 1988. Tínhamos muitas dificuldades para levantar informações. Não tínhamos celular e muito menos internet. Na Educadora comecei em uma função, hoje extinta, que era conhecida como rádio escuta. Como o próprio nome diz, ficava escutando as rádios de São Paulo, Rio e Belo Horizonte. Essa era a nossa prioridade e, também, era o único meio de obtermos informações rápidas. Exerci essa função durante oito meses. Posteriormente, recebi o convite para exercer o mesmo trabalho na Rádio Cultura. Em 1990, mudei de função e passei a trabalhar com plantão esportivo. Convidei três amigos, para montar a minha própria equipe de plantão esportivo. Sempre fui muito rápido nas informações. Muito rápido mesmo. Saía um gol em São Paulo/Rio, das principais equipes do futebol brasileiro, e em menos de trinta segundos eu já informava. E aí eu me especializei no plantão esportivo e fiquei durante doze anos. Em 2002, meio contra minha vontade, fui colocado para ser repórter setorista do Uberlândia Esporte Clube. Foi quando pude transmitir vários campeonatos brasileiros, viajando por esse Brasil todo. Mais tarde vieram às transmissões da Unitri Basquete e de repórter esportivo, ainda em 2002, fui colocado como coordenador do departamento de Esportes. Paralelo a isso, exercia a função de repórter setorista do Uberlândia, até que chegou a oportunidade de mais um desafio: eu passei a ser narrador de futebol. A princípio não queria porque achava que não tinha garganta, mas o superintendente da Rádio, Ricardo Nery, me disse: ou você pega ou você larga (risos). E eu abracei e estou nessa função até hoje. Em 2003, fui promovido para ser coordenador artístico. E nesse caso, é muito complicado. Você é um verdadeiro pára-choque. O coordenador artístico de uma rádio é responsável pelo sucesso ou pelo fracasso. Se você é líder de audiência é o coordenador artístico. Se você perde em algum momento ou se você não é líder de audiência, é o coordenador artístico. Passaram-se 21 anos. Eu estou na empresa desde 1988. De rádio escuta até coordenador de programação.


- Rapidez e o dinamismo são características do plantão esportivo, certo?


Sim. É preciso ser rápido e preciso. Porém, não se pode confundir a rapidez com pressa. Parece que ser rápido e ter pressa são a mesma coisa, mas não são. Se você for afoito, você informa errado. E um detalhe: no plantão esportivo você jamais pode falar a palavra ACHO. A precisão com que trabalhávamos na década de 1990, uma época muito rica no rádio de Uberlândia, fez com que nosso trabalho fosse reconhecido com várias premiações.

- Você possui formação acadêmica na área de Comunicação?

Não. Sou educador físico. Mas entendo que o curso de Jornalismo é da mais alta importância. Hoje sou um jornalista, mas não adianta. Encontramos aqueles jornalistas da década de 1980 que conseguiram o registro definitivo, mas sou contra. Nunca quis. É muito importante a formação acadêmica.

- O rádio é um veículo de comunicação que exerce uma grande influência sobre a mentalidade da população, de questões financeiras a emocionais. Como você avalia esta situação?

O rádio é um veículo fascinante. Primeiro, ele só tem essa função que você me colocou desde que ele preste serviço a sociedade. Se você tiver um rádio que não preste serviço a sociedade, que seja um elo entre a comunidade e os poderes constituídos, você está fadado ao fracasso. Então, a partir do momento que a emissora passa a prestar serviço, ela [a emissora] começa a realizar o jornalismo comunitário absoluto. Nós estamos onde o povo está. Então o ouvinte sente que a emissora está ao lado dele. E a partir daí, ele forma sua opinião. O jornalismo executivo é muito bonito, muito interessante, mas eu entendo que o jornalismo comunitário, que é a área que a gente atua, ainda dá mais resultado.

- A Rádio Cultura afiliou-se a rede Globo de Rádio. Você acha que para se destacar, necessariamente, uma rádio precisa se afiliar a uma rede maior? Trabalhar, hoje, como afiliada é mais difícil?

Uberlândia é uma cidade completamente diferente das outras. Geograficamente ela é muito estratégica e mais da metade da população não é de Uberlândia. É uma cidade que tem muita gente de Goiás, São Paulo, Rio de Janeiro e especialmente nordestinos. E então quem faz rádio só para Uberlândia fracassa no Ibope. Uberlândia, como eu disse no inicio da resposta, é diferente. A gente precisa fazer rádio para todos. E em cima de pesquisa, a Rádio Globo emplaca perfeitamente naquilo que a cidade exige em relação às transmissões do futebol carioca, paulista, mineiro e de Uberlândia. Entendo que ninguém nessa cidade faria uma programação 100% local. Hoje, o ouvinte é exigente e quer informações rápidas e, principalmente, entretenimento. O ouvinte quer se sentir como parte da emissora e a Globo é isso. Esporte e entretenimento 24 horas. É uma rádio popular com qualidade. Não é uma rádio popularesca. Na primeira pesquisa Ibope pós filiação, a nossa emissora foi um sucesso. Uberlândia exige isso: fazer rádio para todos e para todas as regiões do País. Esse é o caminho. Os programas em rede não são feitos visando o Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte. Existe uma uniformidade. São programas de prestação de serviços, de interesse popular. Não é o mesmo que ouvir, por exemplo, uma “rádio do Rio de Janeiro”. Você esta ouvindo a Rádio Globo, que é de interesse extremo e popular também para Uberlândia.

- A programação "amiga", intimista, voltada para prestação de serviços, música e informação são as principais características da rádio AM. Já as rádios FM se caracterizam por sua programação voltada para jovens com muita música, brincadeiras, sorteios e distribuição de ingressos para shows. Em sua opinião, quais as diferenças entre as rádios AM (amplitude modula) e FM (freqüência modulada)?

Vou te explicar um detalhe: nosso trabalho aqui é para acabar com o AM. Somos Rádio Globo Cultura. Por exemplo, nós temos uma audiência incrível na internet. O que internet tem a ver com AM? Nada. Você está em seu computador, clica na Globo Cultura e percebe que não existe nada de AM. Você está ouvindo a Globo Cultura. E cada vez mais o ouvinte deixará o radinho de lado e passará para a internet. Por isso, esse AM que você me colocou já está sendo deixado de lado há muito tempo. Até porque, desde julho passado, a Rádio Globo Cultura é digital. Mas não vão abandonar o radinho de pilha, pelo menos até 2016. Este AM está acabando. Agora, quando a FM surgiu e apareceu em Uberlândia, em 1980, sem dúvida era para tocar música e isso prevaleceu nas décadas de 1980 e 1990. Foi um impacto fora de série. Mas o FM terá que passar por uma transformação urgente. O FM também será para prestar serviços e, principalmente, levar notícias de forma rápida. Quando você sintoniza em FM, certamente, quer ouvir música. Ninguém gosta de escutar propaganda durante seis ou sete minutos. Por isso, cada vez mais você terá uma sessão de músicas preferidas em seu computador, em seu MP3 ou em seu Ipod. Então, o FM vai ter que dar uma mudada. Com a entrada do digital e a revitalização do sinal AM, as emissoras FM serão “engolidas”. Se não começarem a levar informação, o AM vai deixar as emissoras FM para trás porque música você tem no seu celular, no seu MP3.

- O Rádio Digital está presente nos Estados Unidos, Canadá, México. No Brasil, as primeiras autorizações para a execução dos testes já aconteceram. Uberlândia recebeu autorização do Ministério das Telecomunicações para realizar transmissões digitais no rádio a partir deste mês (julho). Como você vê a inclusão do processo digital em rádio? A aceitação do público preocupa? Você acha que o tradicional rádio vai ser abandonado?

Não. Participei de um Congresso das afiliadas da Rádio Globo em São Paulo. Fiquei na capital paulista durante 4 dias e percebi que está muito fria a questão do rádio digital no Brasil. Por quê? Dia 14 de julho, como já informamos, aqui [Rádio Globo] se transformará em rádio digital, mas isso é pioneirismo deste grupo [Wander se refere à Rede Integração. Grupo do qual a Rádio Globo pertence] liderado pelo doutor Tubal [de Siqueira e Silva, presidente da Rede Integração]. Só que os fabricantes não estão esquentando em fabricar o rádio digital. Andei na cidade de São Paulo inteirinha procurando um radinho digital para eu comprar e não encontrei. E senão encontrei na 25 de Março ou nesses shoppings especializados que, existem aos montes em São Paulo, vou encontrar onde? Procurei por toda cidade: a pé, de táxi, de metrô. Não existe rádio digital em São Paulo. E até chegar esse rádio digital em todas as esquinas de Uberlândia, a internet já sucumbiu o rádio digital há muito tempo. O futuro do rádio é internet. Pode ter certeza absoluta disso. Nem o rádio digital vai superar a Internet. Eu entendo que é mais um projeto que vai chegar ao Brasil e não vai pegar, por que existe um fenômeno chamado internet. Quem não investir em boa qualidade de áudio na internet está fadado fracasso.

- Então como fica a situação das rádios que já transmitem com o sinal digital?

Na verdade é uma propaganda enganosa. Elas estão com o transmissor digital, mas não estavam autorizadas a operar. O nosso transmissor [da Rádio Globo Cultura] é digital. Internamente nos temos som digital. Mas agora temos a liberação. Aqui em Uberlândia, carros importados e de altíssimo valor já vêm com o sinal digital. Mas são poucos. Em São Paulo você chega nos balcões especializados em tecnologia e pergunta sobre o rádio digital. Todos entendem que são os aparelhos que possuem o visor digital. Não entendem queremos o HD. Eles [os vendedores] não sabem nem do que se trata. Então vai demorar para o rádio digital vingar e até lá, na minha opinião, todo mundo vai ter o seu computadorzinho, a internet e, enfim, vai demorar muito tempo ainda encontrar o rádio digital, principalmente aqui em Uberlândia.

- Em rádio, a locução é um elemento essencial e imprescindível por transmitir as informações verbais e determinar a forma do conteúdo radiofônico. Você utiliza alguma técnica específica?

Eu sempre trabalho com a voz. Até porque eu já sou locutor há quase 20 anos e a gente sempre tem que fazer um tratamento com a garganta. Isso por que aparece o nódulo. Na verdade é o famoso “calo” na garganta, falando bem simples. Então, existe toda uma técnica de exercícios para você aquecer a voz antes de entrar no ar. Mas olha, a verdade é a seguinte: pouquíssimos locutores fazem isso. É uma coisa muita chata. Se você fizer o aquecimento de voz ao pé da letra, é muito chato, é muito complicado (risos). Uma coisa muito importante para o rádio de hoje: já foi o tempo em que o locutor de rádio tinha que ter aquele vozeirão. Hoje, a comunicação precisa ser a mais simples possível. Tem que ser da mesma forma que estamos conversando aqui nessa entrevista. Aquele negócio de impostar a voz já ficou para trás. A locução deve ser normal para não doer o ouvido. É falar simples com as pessoas, sem impostar a voz. O eco também já acabou no rádio. A única coisa que você não precisa se preocupar é se a voz é feia ou bonita. Isso hoje não existe! Você senta no estúdio para fazer locução e tem que conversar com o ouvinte normalmente. Assim, sua mensagem é clara e direta. Não cometer os erros básicos de português, por que dói o ouvido e te joga lá pra baixo. A década de 1980 é que tinha que ter eco e locutor com “boa” voz.

- Uma das funções mais representativas da locução em mídia e inclusive em jornalismo é a narração esportiva. Você, atualmente, é o narrador oficial dos jogos do Uberlândia Esporte Clube e, sem dúvida, é a voz de gol mais conhecida do clube. Como é realizar esse tipo de trabalho?

É um sonho. Eu não vou mentir pra você. Quando eu te respondi das situações que foram acontecendo, desde rádio escuta até coordenador de esportes e narrador, era um sonho que eu não acreditava muito. Hoje, quando eu escuto as minhas narrações eu morro de vergonha.

- Sério?

Sério. Morro de vergonha. São horríveis. Eu sou muito exigente comigo mesmo. Mas muito exigente mesmo. No meio de uma frase quando eu perco o fôlego fico irritadíssimo. Eu sinto um prazer enorme em saber que, principalmente nos jogos fora de Uberlândia, sou o “cara” que está representando uma multidão de ouvintes. E o que mais me preocupa é passar o que realmente acontece em campo. Por exemplo, a falta. Criei um termo que eu uso muito (risos): bico da grande área. Mas não existe um “bico” na grande área? No encontro das linhas de fundo com a linha lateral. Eu cometo uma redundância absolutamente de propósito: curva da meia lua. A meia lua é toda em curva. Então não precisa falar curva. Mas isso é importante para o rádio. O narrador tem que fazer o ouvinte ver o jogo pelo rádio. Viajar na emoção. Por isso, que a narração no rádio é rápida demais e diferente da televisão.

- Você costuma usar algum jargão?

Não. Uso pouco. A galera é que me apelidou de Gigante de Minas e eu lancei o “belebelebele”: um “beleza” falado mais rapidamente. Esse jargão pegou e é uma febre na cidade. Fora isso, não gosto muito.

- Durante a cobertura esportiva, lado a lado com o Uberlândia Esporte Clube (UEC), você já vivenciou muitas situações. Houve alguma mais difícil de lidar? E uma mais cômica?

Olha, vou te contar um negócio: o futebol possui os bastidores muito sujo. Mas enfim, eu fiz uma transmissão do UEC 2 x 2 Ipatinga, lá em Ipatinga, no Vale do Aço. Foi em um domingo e na quarta-feira o UEC jogava em Nova Lima, contra o Villa Nova, na grande BH. Então o UEC ficou em Ipatinga. Acabou o jogo. 2 a 2. Fizemos a transmissão e cumprimos o compromisso profissional. Pós isso, nos fomos para uma churrascaria, lá mesmo em Ipatinga e fiquei por lá até 1h30. Quando estava chegando ao hotel, vi alguns jogadores do UEC amarrando lençóis uns aos outros, igual ao que os presos usam quando querem fugir. Fizeram uma corda com estes lençóis e estavam subindo, do lado de fora para os quartos, garrafas de cerveja. E quando eles me viram, falei da seguinte maneira: querem uma forcinha aí? (risos) Eles queriam morrer. E foi muito interessante porque esses jogadores acharam que eu ia divulgar isso na imprensa. E eu tenho um detalhe comigo: eu não quero nem saber de vida particular de jogador e de ninguém. E em cima disso, eu tenho muito respeito por esses jogadores do futebol mineiro. Eu conheço muito jogador de futebol, muito treinador e eles me respeitam muito porque minha pergunta é muito clara. E outra coisa para você garantir respeito: o que você fala no microfone no estúdio, você tem que ir lá e dar oportunidade para o jogador te responder. Eu gosto muito de ouvir os dois lados e o ouvinte que tire as conclusões dele. Até porque eu não sou o dono da verdade. Então, é por isso que temos prevalecido bem no mercado.

- Algum jogo ou gol inesquecível?

Paralelamente ao UEC já fiz muitas transmissões no Maracanã, no Morumbi. Olha, eu tinha 18 anos e transmiti uma final. Estava sozinho no Morumbi. Um jogo entre Palmeiras e São Paulo. Sozinho como repórter, sendo que a transmissão principal era em Belo Horizonte: final do Mineiro entre Cruzeiro e América. Esse jogo, para mim, foi inesquecível. É uma loucura. Agora, o gol que eu nunca vou esquecer, aconteceu em 2008, quando o Uberlândia subiu para a primeira divisão do Campeonato Mineiro. Foi em Araxá. Aquilo foi um teste para cardíaco (risos). O UEC tinha que ganhar do Araxá, em Araxá e torcer para a Caldense perder para o Itaúna. Aos 38 minutos do segundo tempo, o time de Itaúna abriu o placar contra a Caldense, de Poços de Caldas. Um minuto depois, o Uberlândia fez o gol. Nossa, aquilo ali pra mim foi... Nunca vou esquecer aquela adrenalina de Araxá. E o legal disso tudo foi o seguinte: na volta de Araxá, paramos no Retão [posto de combustíveis] para tomar um lanche e, mais tarde, encostaram três ou quatro ônibus da torcida do UEC. Prezo muito a humildade, mas tem coisas que mexem com a gente. Toda a imprensa da Rádio Globo Cultura, da Rádio América, da Rádio Educadora e da Rádio Itatiaia estava presente. Eram quatro emissoras de rádio. E a galera [torcida] do UEC desceu, com toda a imprensa reunida e me pegaram e ficaram me jogando para cima fazendo aquele gesto que todo mundo conhece. Como se eu tivesse alguma responsabilidade na classificação do UEC. E os outros colegas de imprensa ficaram olhando. Fiquei até com muita vergonha, mas enfim, certamente é uma resposta ao trabalho que a gente faz. E essas coisas marcam. Toda vez que eu chego no Retão, eu me lembro dessa cena.

- Na narração esportiva José Silvério, José Carlos Araújo, Willy Gonser, Oscar Ulisses, Alberto Rodrigues e Pedro Ernesto Denardin são destaques. Alguma referência?

Sei que o Willy Gonser e o Alberto Rodrigues são fenômenos em Belo Horizonte e em Minas Gerais toda. Se eu tiver uma carreira 30%, do que eles têm, eu posso me considerar um profissional realizado. Que isso fique muito claro. Mas eu sou fã da narração de São Paulo.

- É uma narração mais rápida e dinâmica.

Sim. Eu gosto da narração paulista. Oscar Ulisses e Silva Junior, no meu ponto de vista, são espetaculares. Antes eu acompanhei o Osmar Santos, que fez toda a revolução na narração esportiva. Era tudo muito robotizado. Aí apareceu o Osmar Santos, cheio de irreverência. Inclusive, o Oscar Ulisses é irmão dele. Uma família brilhante: Oscar Ulisses e Silva Junior. Primeiro que o Silva é muito novo na Rádio Globo, mas o Oscar Ulisses é o meu narrador. Eu não sou muito fã do estilo de narração do futebol carioca que é mais malandra e mais cantada. Mas o José Carlos Araújo, quando está no ar, pode juntar todas as outras emissoras AM e FM do Rio de Janeiro que ele tem mais audiência. E o slogan dele não é por acaso: o fenômeno do Ibope. Mas eu sou fã da narração paulista.

- Quais os seus projetos profissionais para esse ano?

Tenho minhas metas. Inclusive eu planejei minha carreira de acordo com a idade. Eu tenho 36 anos. Até os 44 eu tenho que estar narrando, dentro do meu projeto, em televisão. Mas aí eu vou focar minha carreira na narração. E o meu projeto também é, já no próximo ano, estar na SporTV. É uma meta e a TV [ Integração] já está me ajudando e logo estarei na SporTV fazendo essas transmissões que ninguém quer e que são as que eu mais gosto: futsal e basquete. Tenho convicção, que por aquilo que eu trabalhei e por aquilo que eu estou contatando, o ano que vem eu já tenho que estar na SporTV.

- Então para finalizar, hoje, você é um profissional realizado?

Não. Ainda não. Tenho minhas metas, e entre elas, transmitir três Copas do Mundo e três Olimpíadas. Aí sim e eu só não realizei essa meta por que eu disse um NÃO para a Rádio Itatiaia, de Belo Horizonte. Em 1998, a Rádio Itatiaia me convidou e fez uma proposta concreta de trabalho e eu disse não (risos). Mas eu não era preparado. Até porque, naquela época eu estava indo para a reportagem. E repórter não é a minha área. O meu negócio é ancorar programas e narrar futebol. Eu faço reportagem porque rádio do interior exige. Agora, hoje, eu sou um cara preparado para ancorar qualquer tipo de programa e narrar futebol.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

A narração esportiva e o radiojornalismo

Sem dúvida nenhuma, a narração esportiva é um exemplo
de radiojornalismo. Nicolau Tuma foi quem realizou a primeira transmissão de um jogo de futebol no rádio brasileiro.

Tuma foi repórter policial até vencer um concurso para ser locutor de rádio, aos 18 anos. Em 1931, seus ouvintes foram surpreendidos com a primeira narração integral de um jogo de futebol. Até então, as transmissões dos jogos se limitavam a boletins esporádicos que informavam os lances principais. A idéia da transmissão completa foi de Nicolau Tuma. Na primeira transmissão (entre as seleções de São Paulo e do Paraná), narrou 10 'goals', como se dizia: o jogo foi vencido pelos paulistas por 6 a 4.
Como no rádio o ouvinte não está vendo o jogo, a narração é rápida, com mais emoção. E cabe ao locutor esportivo, prender a atenção dos ouvintes. Sua locução deve ser vibrante, cheia de entusiasmo e bastante precisa, pois a velocidade da narração é acelerada. Um narrador esportivo deve dominar os aspectos técnicos de cada modalidade esportiva, desenvolvendo um conhecimento geral e detalhado do esporte em si. A transmissão esportiva é carregada de comentários de improviso, que só serão bons na opinião do ouvinte se você dominar bem o assunto. Aí entra a prática jornalística. Também cabe ao locutor lidar com notícias e dados, para somente depois realizar a divulgação de informações.

A narração esportiva também requer bastante cuidado, pois trabalha com alto grau de risco de parcialidade. Tanto narradores quanto leitores têm preferências por determinados times ou atletas.

Mas não foi só o futebol que marcou história no rádio esportivo do país. A cobertura do automobilismo brasileiro na época fascinante de Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet e Ayrton Senna também teve destaque nas principais emissoras brasileiras.

O rádio adentra o século XXI provando que tem o seu lugar garantido no coração do torcedor brasileiro. Seguindo a tendência iniciada no final da década de 90, o futebol invade algumas das estações mais populares.

A tecnologia, ao contrário do que muitos pensavam, auxiliou ainda mais a divulgação das emissoras. Com o surgimento da Internet, o rádio ganha nova força. A maioria das estações possui sua própria página, onde é possível que o ouvinte-internauta pesquisar diversos assuntos. É a demonstração que, sem perder a essência, as emissoras de rádio estão se adaptando e se preparando para os novos tempos.

O rádio deve ser mais respeitado quando nos referimos as narrações esportivas. Nessa área Alberto Rodrigues, Edson Mauro, José Carlos Araújo, José Silvério, Oscar Ulisses, Pedro Ernesto Denardin, Ulisses Costa e Willy Gonser são destaques.

domingo, 28 de junho de 2009

Rádio Digital

É o exemplo mais atual da tecnologia em "benefício" do rádio. Consiste na digitalização dos sinais de radiodifusão. Assim como a televisão, o rádio deverá ter sua versão digital. As rádios AM terão a mesma qualidade das atuais FM (transmitindo em estéreo) e as emissoras FMs devem oferecer qualidade próxima à dos CD's.

Além disso, os sinais não sofrerão interferências, além das melhorias em relação ao áudio. O sistema digital oferece ao usuário uma série de interatividades, como a transmissão de textos, imagens e outros serviços multimídia.

O Rádio Digital (segue exemplar na foto) está presente nos Estados Unidos, Canadá e México. No Brasil, as primeiras autorizações para a execução dos testes do sistema de radiodifusão sonora digital, foram disponibilizados inicialmente para as emissoras de São Paulo: Rádio CBN e Rádio Globo e, em Minas Gerais, a Rádio Globo de Belo Horizonte. Uberlândia também recebeu autorização do Ministério das Telecomunicações para realizar transmissões digitais no rádio a partir deste mês.

Para receber os sinais digitalizados é necessário possuir receptores habilitados.

Os novos aparelhos estarão disponíveis para a compra. No início seu custo estará elevado, em virtude da ainda não consolidação da tecnologia digital no país. O Brasil já produz esses equipamentos, porém, é muito difícil encontrar no mercado estes equipamentos.

O Rádio e as novas tecnologias

Muitos questionam se o setor radiofônico pode perder importância no mercado de mídias. Tal indagação se deve as ameaças que novas tecnologias acarretam para os seus negócios.

As rádios que operam por satélite, players digitais de música e a Internet estão lentamente desgastando o domínio das rádios sobre o entretenimento e publicidade locais.
Outro problema que pode inviabilizar os negócios são os anúncios para rádio. Eles se tornaram menos memoráveis e criativos. O rádio enfrenta uma tempestade de ameaças tecnológicas.
O Ipod, e outros players de música deram aos ouvintes a capacidade de ouvir o que querem, quando querem.
A terceira ameaça apontada é a da comercialização excessiva. Para alguns especialistas, o rádio não passa de um pouquinho de conteúdo em meio a um mar de anúncios.
Todavia, existem radialistas que não visualizam o panorama da rádio tão ameaçado. É difícil prever o futuro do rádio, mas observando a sua evolução histórica, os experientes afirmam que podemos estar otimistas: o rádio sobreviveu a todas as ameaças e respondeu aos desafios tecnológicos assimilando-os, transformando-os e adaptando-os ao mesmo tempo em que reforçava as suas principais características. Muitos acham que a inserção da Internet na radiofonia, por exemplo, poderá originar surgimento de um novo público para o nascimento destas modernas tecnologias. Acompanhe a afirmativa de MarshallMcLuhan: "Toda tecnologia nova tende a criar novo ambiente humano. A invenção da escrita e a utilização do papiro criaram o ambiente social dentro do qual pensamos, em conexão com os impérios do mundo antigo. O estribo e a roda criaram ambientes de grande importância. A imprensa inventada por Gutenberg criou um novo ambiente totalmente inesperado - o público".

sábado, 27 de junho de 2009

Repórter Esso

Durante muitos anos, o radiojornalismo se resumiu à leitura de notícias de jornais. Os locutores apenas liam ao microfone, informações que já haviam sido publicadas em outros meios. Essa situação só mudou depois da criação do Repórter Esso, em 28 de agosto de 1941. A Rádio Nacional, do Rio de Janeiro, colocou no ar a primeira edição do Repórter Esso.
O Repórter Esso foi o primeiro noticiário de radiojornalismo brasileiro. Era patrocinado pela Esso Brasileira de Petróleo (daí a origem do nome) e já existia em cidades como Nova York, Buenos Aires e Santiago, fruto da "Política de Boa Vizinhança" dos Estados Unidos com os países da América Latina, seus aliados na 2ª Guerra Mundial.

Pioneirismo

Repórter Esso foi o precursor em apresentar o noticiário adaptado para a linguagem de rádio. Com o programa, também se criou o hábito de definição de horários. Pela primeira vez, um jornal falado tinha horários certos para entrar no ar: às 18h, 12h55, 19h55 e 22h55.
Também lançou o primeiro guia impresso para orientar radialistas na preparação das notícias.
Os locutores que fizeram maior sucesso no noticiário foram Gontijo Teodoro, Luís Jatobá e Heron Domingues (foto).
Profissional exigente, Heron Domingues, escolhido entre centenas de candidatos para dar voz ao Repórter Esso, dava atenção às leituras detalhadas da notícia para conseguir atrair o ouvinte.
Os slogans mais famosos eram do programa eram: "O primeiro a dar as últimas" e "testemunha ocular da História" O repórter Esso, como já citei,não se limitava a ler as notícias recortadas dos jornais. As matérias eram enviadas por uma agência internacional de notícias sob o controle dos Estados.
No pós-guerra, o Repórter Esso noticiou grandes fatos, entre eles:
- A Guerra da Coréia
- A morte de Getúlio Vargas
- Revolução Cubana

As transmissões foram encerradas em 31 de dezembro de 1968 com Heron Domingues narrando a abertura, e Roberto Figueiredo despedindo-se dos ouvintes bastante emocionado.

O Radiojornalismo

As transmissões radiofônicas

A primeira transmissão radiofônica realizada no mundo ocorreu nos Estados Unidos, no início do século XX . No Brasil, a primeira transmissão se credita à Rádio Sociedade do Rio de Janeiro. Porém, a Rádio Clube de Pernambuco, em Recife, realizou há quatro anos antes, no dia 6 de abril de 1919, suas primeiras transmissões radiofônicas.
"Foi em 1919 que a radiodifusão comercial teve início no Brasil, com a fundação da Rádio Clube de Pernambuco. Mas só em 1923 o Governo autorizou a veiculação de publicidade comercial (os “reclames”, como se dizia na época). O novo veículo de comunicação ganhou impulso, nesse ano, com o surgimento da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro (Roquete Pinto). Movido a válvulas alimentadas por energia elétrica, o Rádio disseminou-se por todo o país, ocupando pesados móveis nas salas de visita. Na década de 1940 consolidava-se como o mais importante meio de comunicação." (Prof. MS Pedro Celso Campos. Introdução ao Radiojornalismo.Unesp/Bauru. 2003) .

Na década de 1930 ocorre o gênesis das principais emissoras da Era de Ouro da rádio. Em 1931 a Rádio foi inaugurada; em 1934 entra no ar a Rádio Mayrink Veiga e em 1936 é a vez da Rádio Nacional (RJ), a primeira grande emissora brasileira e líder de audiência durante décadas. Em 1937. Assis Chateaubriand inaugura a Rádio Tupi em São Paulo.
"O rádio consolida-se como o grande veículo de notícias e prestação de serviço, sendo insubstituível como mídia que se pode acessar a qualquer momento, em qualquer lugar, enquanto se faz outra coisa. 'As mãos que operam o teclado da Internet podem estar no volante, os olhos que se fixam na tela da TV podem perscrutar a estrada, a atenção necessária à leitura do impresso transforma-se no lazer de ouvir sem esforço'.” (Idem)

Principais características do Radiojornalismo

Segundo a obra Radiojornalismo, de Paul Chantler e Sim Harris, “o radiojornalista precisa sentir-se a vontade com os 'novos e modernos' equipamentos e com as 'antigas e modernas' técnicas radiofônicas. O bom jornalista de rádio deve ser versátil, tecnicamente competente, capaz de trabalhar sob forte pressão do tempo e ter habilidade para enfrentar um grande desastre e uma história alegre no mesmo momento. Os jornalistas de rádio devem ser ágeis, a ponto de gravar uma entrevista ou redigir uma nota sobre um caso ocorrido literalmente alguns segundos antes de a matéria ir para o ar.”

Ainda segundo a obra de Paul Chantler e Sim Harris, as notícias para o jornalismo radiofônico devem apresentar as seguintes características:

Precisão: “Não há desculpas para reportagens desorganizadas e imprecisas. O melhor conselho é: Verifique, verifique e verifique novamente. Há uma velha máxima jornalística, que ainda hoje é importante: ‘Quando estiver em dúvida, pergunte - se ainda estiver em dúvida, jogue fora’”.

Bom Gosto: “Quando for noticiar atos de violência, por exemplo deve-se ter cuidado com a linguagem. Quando se referir a um assassinato por exemplo, basta dizer ‘assassinado’ em vez de ‘brutalmente assassinado’ ou ‘violentamente assassinado’. Tenha cuidado para não aborrecer o ouvinte, desnecessariamente, com detalhes sangrentos de mau gosto."

Equilíbrio e imparcialidade: “É dever de uma redação de rádio apresentar todas as opiniões sobre determinado fato e dar oportunidade de resposta às pessoas criticadas no ar."

Tom: “Além de claro e conciso, um bom boletim de jornalismo radiofônico dever ser firme e incisivo, sem nunca insultar a inteligência do ouvinte.”

Comentários: “Você deve evitar comentários em todas as notícias transmitidas, procurando ser imparcial e objetivo. Lembre-se que a sua visão da notícia pode, às vezes, ser percebida pelo tom de voz que você usa para lê-la no ar. Tome cuidado, e seja simples e direto.

Vale ressaltar que:

- Um texto para rádio deve ser diferenciado. Segundo normas técnicas, o texto para radiojornalismo deve ser ainda mais enxuto e direto do que o texto de outros veículos (TV ou revista, por exemplo), Deve-se utilizar um vocabulário mais próximo possível do coloquial. Deve-se ainda ser descritivo, já que no rádio não é possível a visualização de imagens.
- O ideal é que o jornal seja lido por dois locutores. Essa tática é utilizada para oferecer mais ritmo e agilidade às notícias e evitar o cansaço auditivo.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Rádio: o começo

Muito antes da televisão, o rádio já havia tido uma enorme difusão em todos os meios sociais, e isso permanece: não há quem nunca tenha ouvido uma rádio, seja para se divertir ou se informar. A maior prova disto é a enorme quantidade de emissoras de rádio, que atendem a todos os gostos e necessidades de informação e comunicação.

Tudo começou quando James Maxwell demonstrou teoricamente a provável existência das ondas eletromagnéticas. James era professor de física experimental e a partir desta revelação outros pesquisadores se interessaram pelo assunto. Entre eles, o alemão Henrich Hertz. O princípio da propagação radiofônica aconteceu realmente em 1887, através de Hertz.

Henrich Hertz, realizou diversas experiências práticas, que foram base para a descoberta da radiotelegrafia e a radiotelefonia. Com o avanço da eletricidade, no século XIX, e da necessidade de comunicação à distância, surgiram aparelhos como o telégrafo e o telefone. A partir de então, o que conhecemos hoje como rádio começou a surgir.

Outro nome significativo na origem e criação do rádio, é o padre Roberto Landell de Moura (foto), gaúcho de Porto Alegre. Ele foi pioneiro do Radioamadorismo no Brasil e na transmissão de voz, utilizando equipamentos de rádio de sua criação. Landell transmitiu a voz humana por meio de dois veículos: o primeiro, um transmissor de ondas que utilizava um microfone eletromecânico de sua invenção; o segundo meio utilizado pelo cientista foi através do aparelho de telefone sem fio, que utilizava a luz como uma onda portadora da informação de áudio.
Padre Landell sempre foi reconhecido pela persistência. Arthur Dias, em seu livro "Brasil Atual", faz referência a Landell de Moura, descrevendo, entre outras coisas, o seguinte: “Logo que chegou a São Paulo, em 1893, começou a fazer experiências preliminares, no intuito de conseguir o seu intento de transmitir a voz humana a uma distância de 8, 10 ou 12 km, sem necessidade de fios metálicos.”
Padre Landell realizou experiências em Campinas, no interior paulista e também na capital. O jornal O Estado de São Paulo noticiou que, em 1899, ele transmitiu a voz humana a partir do Colégio das Irmãs de São José. Em 10 de junho de 1900, o Jornal do Comércio divulga sua experiência:
“No domingo próximo passado, no alto de Santana, na cidade de São Paulo, o padre Landell de Moura fez uma experiência particular com vários aparelhos de sua invenção. No intuito de demonstrar algumas leis por ele descobertas no estudo da propagação do som, da luz e da eletricidade através do espaço, as quais foram coroadas de brilhante êxito. Assistiram a esta prova, entre outras pessoas, Percy Charles Parmenter Lupton, representante do governo britânico, e sua família.”
Mesmo com o sucesso de seu evento, foi Guglielmo Marconi, italiano de Bolonha, quem consolidou a comunicação sem fio. Marconi conseguiu patentear sua invenção, com transmissões distâncias maiores.
Historicamente, Marconi é considerado o pai da Radiodifusão e inventor do primeiro transmissor de ondas eletromagnéticas. Contudo, registros da imprensa da época,dão o crédito desta invenção ao padre Roberto Landell de Moura que, um ano antes de Marconi, realizava a primeiras experiências radiofônicas da História. Patentes a parte, em 1898, Marconi já havia desenvolvido transmissores e receptores de longo alcance. E em 1901, já dispunha de recursos técnicos e financeiros para a experiência decisiva: uma transmissão transatlântica. Landell conseguiu patentear suas invenções somente em 1901, no Brasil, e em 1904, nos Estados Unidos.
A ascensão de Marconi e as descobertos de padre Landell deram início a uma revolução mundial no campo das comunicações: começava a era da radiodifusão.
Os primeiros experimentos radiofônicos deram realmente certo?
Sem dúvida. As anotações deixadas por Landell de Moura, foram alvo de minucioso estudo realizado pelo Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da TELEBRAS (que leva o nome do Padre Landell de Moura), e suas teorias válidas.
Em 07 de setembro de 1984, em Porto Alegre, após um de reconstrução foi feita uma demonstração pública utilizando-se um rádio montado com os mesmos materiais usados à época por Landell de Moura. E algumas palavras foram pronunciadas pelo então Governador Jair Soares.
O rádio encontra-se na Fundação Educacional Padre Landell de Moura -FEPLAN - em Porto Alegre. Os originais das anotações estão no Museu Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul.
Na imagem acima, o transmissor de ondas, primeiro invento de Landell de Moura.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

O Rádio e o Jornalismo

Os meios de comunicação são muito importantes para todos nós. Podem interferir e influenciar a nossa mentalidade e, também, o nosso comportamento. Entre estes meios de comunicação, um dos mais antigos e importantes é o rádio. Como dizia Alfredo Bossi em sua obra Dialética da Colonização, de 1991, “o homem de rua liga o seu rádio de pilha e ouve a música popular norte-americana. A empregada liga o seu radinho e ouve o programa policial. As crianças ligam a televisão e assistem aos filmes de bangue-bangue.”
Pela citação de Bossi, podemos entender o quanto os meios midipaticos são popularers. O rádio é um dos mais populares.

Começarei uma série de postagens a respeito do Rádio e o Jornalismo.

- A história do Rádio no Brasil e no mundo
- As principais características do radiojornalismo
- A relação do rádio com as novas tecnologias
- A relação: Narração Esportiva e Jornalismo
- E uma entrevista com Wander Thomaz, coordenador da Rádio Globo Cultura de Uberlândia e narrador oficial dos jogos do Uberlândia Esporte Clube.

Não percam. É a partir de amanhã.

Projeto de lei quer "cortar" conexão de quem faz download ilegal

No início deste mês, o deputado Geraldo Tenuta Filho (DEM/SP)—conhecido como Bispo Gê Tenuta— apresentou um projeto de lei que pretende punir quem faz download e compartilha conteúdo protegido por direito autoral de forma ilegal na internet.
Se aprovado, os provedores de acesso serão obrigados a identificar os infratores e, na primeira ocorrência, notificar o usuário por e-mail.

Caso aconteça de novo, a mesma atitude deverá ser tomada, dessa vez sinalizando a ocorrência de um crime. A partir daí, o acesso seria suspenso de três a seis meses. Em uma sexta violação, o serviço é cancelado.

Ainda de acordo com o documento, o usuário não será isento da cobrança do serviço durante o período em que a conexão estiver interrompida.
O projeto de lei é inspirado em uma decisão da Assembleia Nacional da França com os mesmos objetivos, que aconteceu em maio passado. No entanto, menos de um mês depois, a medida foi suspensa pela corte francesa —justificando que ela violava, entre outros, o direito do livre discurso.

Por aqui, o projeto de lei também corre o risco de nem sair do papel pelos mesmos motivos que a medida francesa —fere uma série de direitos, principalmente o do consumidor.

"Sabemos que serão apontadas inconstitucionalidades no projeto", reconhece o deputado. "Mas acreditamos que será, pelo menos, uma maneira de começarmos a discutir novas maneiras de ver o direito autoral na internet", completa. Por enquanto, nenhum deputado manisfestou interesse em apoiar o projeto de lei.

Fonte: UOL Notícias
Se depender do Coordenador da Diretoria de Direitos Intelectuais do Ministério da Cultura, José Vaz, o projeto parte de uma perspectiva meramente repressiva, que fere os direitos individuais e a neutralidade da tecnologia. "Vemos que a sociedade encara o direito autoral de uma maneira que vai totalmente na contramão dessa ideia."
Para ele, as discussões devem se focar na mudança das práticas sociais, no modelo de negócios e na maneira como as gravadoras encaram a internet. "Não podemos negar que existe um problema em relação ao direito autoral. No entanto, é nítido também que a indústria musical está pagando o preço pela sua inércia", completa.
Na última sexta-feira, uma americana foi condenada a pagar quase US$ 2 milhões pelo download ilegal de 24 músicas, no único caso que terminou em julgamento nos EUA —outras 29.999 denúncias já foram apresentadas pela Associação da Indústria de Gravação dos EUA contra pessoas acusadas de baixarem conteúdo ilegal.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Projetos políticos no mínimo diferentes

Proposições excêntricas de deputados e senadores fazem o anedotário dos parlamentos de todos os países. No Brasil, há coisas tão extraordinárias como o projeto de um ex-deputado gaúcho que desejava “fazer justiça aos perus”, denominando também de presunto as coxas e sobrecoxas dessas aves porque sua carne era tão saudável quanto à do porco e portanto merecia o mesmo status. Para não ficar atrás, um deputado paulista propôs a criação do Dia da Refrigeração, argumento que seria de justiça “reconhecer a inegável importância do ar-condicionado e o papel da refrigeração como elemento chave do progresso e desenvolvimento da humanidade". Já imaginou...?
Fonte: Portal Terra

Lei ainda regulamenta profissões antigas

Desejando reduzir as 12.666 leis municipais em vigor na cidade de São Paulo, os vereadores descobriram que ainda vigora uma legislação de 1927, regulamentando as profissões de motorneiro de bonde e de cocheiro de carruagens, ambas já extintas. Daqui a 70 anos, muitas profissões atuais terão o mesmo destino.
Fonte: Portal Terra

terça-feira, 23 de junho de 2009

Jornalista sim! Com muito orgulho!

Acompanhe a opinião de Patrícia Regina Schuster, jornalista e mestranda em Desenvolvimento Regional, a respeito da decisão do Supremo Tribunal Federal de considerar desnecessário o uso do diploma para o exercício do jornalismo. Leia.


Jornalista sim! Com muito orgulho!

"Concordo com todos aqueles que defendem que a prática jornalística está diretamente relacionada à liberdade de expressão e que a divulgação das informações pelos veículos deva acontecer em plena consonância com essa premissa. Também rendo-me àquelas opiniões que advogam por alguns profissionais que atuam há muitos anos no mercado e fazem um trabalho brilhante. Contudo, foi um verdadeiro absurdo o que aqueles “nobres” senhores do Supremo Tribunal Federal (STF) fizeram – muito mais que isso: disseram – a respeito da profissão diplomada do jornalismo. Eles decidiram pela não obrigatoriedade do diploma universitário para o exercício da profissão. Os argumentos apresentados são todos refutáveis. Alegaram uma espécie de cerceamento à liberdade de expressão. Ora, basta acessarmos a internet que veremos sites com as mais diversas posições de todos os segmentos da sociedade. A imprensa nunca foi tão livre quanto agora. A exigência do diploma, portanto, nada tem a ver com este aspecto. Outro fator apresentado é de que muitos profissionais – mesmo com o famoso canudo em mãos – faltam com os princípios de ética, moral e atuam de forma espúria. Convenhamos, quando foi que a academia garantiu que algum profissional – fosse ele médico, advogado, dentista ou mesmo ministro da República – seguisse preceitos como esses? Trata-se de uma postura individual e, embora os cursos universitários “ensinem” os códigos de ética – nós, do Jornalismo, temos uma disciplina chamada Ética e Legislação –, a escolha por respeitá-los ou não parte de concepções ímpares. Mas, na verdade, não é essa a principal lição que a passagem pelos bancos acadêmicos tem a deixar. Muito menos é “instruir” como se escreve um lead ou “apertar os botões” em uma ilha de edição. É função de qualquer curso de graduação oferecer ao aluno uma formação teórica. Ajudá-lo a desenvolver seu pensamento crítico, ensiná-lo a realizar pesquisas, enfim... Se os jornalistas não precisam aprender isso, pergunto: outros profissionais também não? O jornalismo contemporâneo exige que o jornalista seja cada vez menos técnico e cada vez mais analista político e social. A consolidação de tecnologias multimídias e a própria democracia fizeram do jornalismo o espaço público por excelência. Assim, profissionais capazes de interpretar os conflitos gerados nesse contexto e de lidar com a multiplicidade de fontes (cujos interesses são os mais diversos imagináveis) são formados pelas universidades e não através de outro tipo de relações, como as clientelistas, para mencionar um exemplo. Infelizmente, nós que passamos pelas universidades deste País que oferecem o curso de Jornalismo, perdemos essa batalha. Aliás, não poderíamos esperar nada diferente de um governo que deixa a educação em último (quase isso) plano. É lamentável, mas vivemos num País que não respeita aqueles que se formaram, de forma honesta e séria (em grande parte das vezes). Não bastasse o fato “deles” terem menosprezado aquilo que para alguns de nós significou renúncia, esforço descomunal, como foi o meu caso que estudei nove anos e meio para me formar, fomos igualados a cozinheiros. Admiro essa profissão e, na minha opinião, muitos dos que a exercem são “n” vezes melhores que muitos “doutores” da lei. E, por que não? Jornalistas, até. O que resta para os formados é se organizar mais e – na pior das hipóteses – esperar que os veículos e organizações tenham sensibilidade e consideração por aqueles que, como disse, empenharam anos de suas vidas e, sobretudo, dedicação pela existência de um jornalismo cidadão, ancorado em interesses que são verdadeiramente públicos."

Patrícia Regina Schuster

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Frio e feriado fazem gripe suína disparar, dizem médicos

Uma combinação de baixas temperaturas com a volta do feriado de Corpus Christi e a disseminação do vírus A (H1N1) no Chile e na Argentina pode estar por trás do grande número de novos casos de gripe suína registrados no Brasil no fim de semana.

O infectologista Caio Rosenthal, do Emílio Ribas, afirma que a chegada do inverno no Hemisfério Sul deve favorecer o aparecimento de novos casos de gripe suína. "Todo tipo de gripe se torna mais prevalente nessa época do ano, e com o A(H1N1) não é diferente", disse. "Como as pessoas não têm anticorpos para esse vírus, quem tiver contato com alguém infectado vai pegar."
Segundo o Ministério da Saúde, o total de casos confirmados no País saltou para 215, sendo 39% deles registrados só nos últimos dois dias. A maior parte dos casos no Brasil divulgados ontem está em São Paulo (15). Em seguida vêm os Estados de Minas Gerais (4), Rio (4), Rio Grande do Sul (4), Santa Catarina (3), Alagoas (1), Distrito Federal (1), Espírito Santo (1), Mato Grosso (1) e Paraná (1). Entre os países do Hemisfério Sul, o Chile já tem 3.125 casos de gripe suína e a Argentina, 918.

Para o infectologista Celso Granato, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a alta quantidade de novos casos indica ainda que já pode estar ocorrendo um aumento de transmissões autóctones - o que significa que os pacientes contraíram o vírus dentro do País. Segundo o boletim divulgado pelo ministério, todos os pacientes passam bem. Os detalhes sobre o tipo de transmissão do vírus - se foi contraído dentro ou fora do País - só devem ser divulgados a partir de hoje pelo ministério. "Não me parece que haja tantos casos de pessoas que estavam viajando. Ainda não estamos no período de férias". Até sexta-feira, o ministério contabilizava 23 casos autóctones.

"A preocupação maior está em acompanhar o comportamento do vírus, se há modificações genéticas que resultem em uma doença mais agressiva, que pode atacar pessoas mais vulneráveis, como crianças, idosos e grávidas", afirma Granato. Segundo o infectologista e diretor do Instituto Emílio Ribas, David Uip, o aumento no número de casos já era esperado. "Como estamos no início do inverno e voltando do feriado de Corpus Christi, em que muitas pessoas viajaram para a Argentina, acreditávamos que isso pudesse acontecer", disse.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

domingo, 21 de junho de 2009

Você sabe quem monitora a internet?

A Internet. Essa nova ferramenta, de conhecimento fácil e rápido, hoje é utilizada por todos, mas não sabemos como a rede funciona, quem mantém e organiza, além de monitorá-la. A Icann é uma corporação internacional não comercial de interesse público ou confidencial que possui a função de manter a segurança operacional da internet bem como sua honestidade e imparcialidade (da rede). Foi criada em 18 de setembro de 1998, na cidade de Marina Del Rey, Califórnia - EUA, para controlar o direito dos domínios registrados e os endereços do IP.
Também é responsável pela representação de comunidades globais e pela competição clara das mesmas. É responsável pelo DNS, ou seja, domínio dos nomes do sistema que foi criado para facilitar o acesso à internet como substituição dos endereços de protocolo de cada site. Desta forma, facilita a memorização do endereço de um site que a princípio seria uma seqüência numérica e hoje é um endereço. É responsabilidade dos governos e organizações internacionais que em parceria sustentam e monitoram a internet global para assegurar a veracidade dos sites ali contidos. Consegue atender a crescente demanda da rede se adaptando com novas tecnologias e mudanças.
Para tornar a internet um instrumento de fácil acesso e viável, a Icann firmou a competição de registros genéricos para reduzir os custos da internet para 80% a menos. Também coordenou guia de linhas que distribuem nomes de domínios para as mais diversas línguas existentes no mundo.
Por Gabriela Cabral

Lei de Murphy

Você já ouviu alguém dizendo a frase: "A fila do lado sempre anda mais rápido" ? Ou então: "O pão sempre cai com o lado da manteiga virado para baixo" ? Pois é. Existem "explicações" e até lei para explicar porque essas frases são tão comumente faladas. É a Lei de Murphy.


O criador dessa lei foi o capitão da Força Aérea americana, Edward Murphy, e também foi a primeira vítima conhecida de sua própria lei. Ele era um dos engenheiros envolvidos nos testes sobre os efeitos da desaceleração rápida em piloto de aeronaves. Para poder fazer essa medição, construiu um equipamento que registrava os batimentos cardíacos e a respiração dos pilotos. O aparelho foi instalado por um técnico, mas simplesmente ocorreu uma pane, com isso Murphy foi chamado para consertar o equipamento, descobriu que a instalação estava toda errada, daí formulou a sua lei que dizia: “Se alguma coisa tem a mais remota chance de dar errado, certamente dará”.

As 15 melhores Leis de Murphy

1. Se alguma coisa pode dar errado, dará. E mais, dará errado da pior maneira, no pior momento e de modo que cause o maior dano possível.

2. Um atalho é sempre a distância mais longa entre dois pontos.

3. Nada é tão fácil quanto parece, nem tão difícil quanto a explicação do manual.

4. Tudo leva mais tempo do que todo o tempo que você tem disponível.

5. Se há possibilidade de várias coisas darem errado, todas darão - ou a que causar mais prejuízo.

6. Se você perceber que uma coisa pode dar errada de 4 maneiras e conseguir driblá-las, uma quinta surgirá do nada.

7. Seja qual for o resultado, haverá sempre alguém para:
a) interpretá-lo mal. b) falsificá-lo. c) dizer que já o tinha previsto em seu último relatório.

8. Quando um trabalho é mal feito, qualquer tentativa de melhorá-lo piora.

9. Acontecimentos infelizes sempre ocorrem em série.

10. Toda vez que se menciona alguma coisa: se é bom, acaba; se é ruim,acontece.

11. Em qualquer fórmula, as constantes (especialmente as registradas nos manuais de engenharia) deverão ser consideradas variáveis.

12. As peças que exigem maior manutenção ficarão no local mais inacessível do aparelho.

13. Se você tem alguma coisa há muito tempo, pode jogar fora. Se você jogar fora alguma coisa que tem há muito tempo, vai precisar dela logo, logo.

14. Você sempre encontra aquilo que não está procurando.

15. Quando te ligam:
a) se você tem caneta, não tem papel. b) se tem papel não tem caneta. c) se tem ambos ninguém liga.

Na Califórnia policiais têm trabalho para tirar porca que bloqueava rua


Uma porca acabou bloqueando uma rua em Bakersfield, no estado da Califórnia, nos Estados Unidos. Como animal se recusava a sair da rua, os policiais tiveram que usar uma vasilha com comida para atrair a porca até a casa de onde havia fugido. As informações são da emissora americana Fox.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Após "twittar" na rede dentro da banheira garota morre

Uma adolescente russa morreu eletrocutada após deixar seu laptop cair na água, enquanto tentava ‘twittar’ na banheira.A polícia disse que Maria Barbu, de 17 anos, tinha tentado ligar o laptop com as mãos molhadas depois que a bateria descarregou enquanto divertia-se enviando e lendo mensagens na rede social Twitter. Segundo o site Australian Times, a garota foi encontrada morta pelos seus pais com o laptop ao seu lado.

Para quem ainda não conhece, o Twitter é encarado com a grande febre do momento. Segundo um ranking divulgado no início do ano pelo blog americano Compete.com, o Twitter passou do 22º posto para o 3º em número de acessos, perdendo apenas para o Facebook e Myspace. Em maio deste ano, o microblog faturou o Webby Awards, uma espécie de Oscar da internet, como o principal acontecimento do universo virtual em 2008.

Construção do 1º porto espacial do mundo tem início nesta sexta

As obras para construção do Spaceport America, o primeiro porto espacial do mundo, terão início nesta sexta-feira no Novo México, Estados Unidos. O porto será a base de operações comerciais de empresas privadas que oferecem viagens ao espaço.

Uma das companhias que poderão utilizar o Spaceport é a Virgin Galactic - braço da Virgin Atlantic, uma das maiores companhias aéreas do Reino Unido. No início do ano, a empresa anunciou que planeja levar passageiros a distâncias de 100 km no céu. A ideia é receber 500 passageiros por ano, que pagarão US$ 200 mil por viagem.
Portal Terra

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Cai exigência de diploma para exercício da profissão de jornalista

Para o relator da ação e presidente do STF, Gilmar Mendes, o jornalismo é uma profissão diferenciada e comparada a culinária.



Por oito votos a um, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu ontem derrubar a exigência do diploma universitário para exercício da profissão de jornalista. Em plenário, os ministros atenderam a um recurso protocolado pelo Sertesp - Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão no Estado de São Paulo - e pelo Ministério Público Federal (MPF), que pediam a extinção da exigência do curso superior.

Para Gilmar Mendes, presidente do STF, o jornalismo é uma profissão “diferente” , que tem vinculação com o exercício amplo das liberdades de expressão e informação. Segundo Mendes, a exigência de curso superior para jornalismo é ir contra a Constituição Federal, que garante essas liberdades.
"Quando uma notícia não é verídica ela não será evitada pela exigência de que os jornalistas frequentem um curso de formação. É diferente de um motorista que coloca em risco a coletividade. A profissão de jornalista não oferece perigo de dano à coletividade tais como medicina, engenharia, advocacia nesse sentido por não implicar tais riscos não poderia exigir um diploma para exercer a profissão. Não há razão para se acreditar que a exigência do diploma seja a forma mais adequada para evitar o exercício abusivo da profissão", disse.

O presidente do STF também fez analogias. Ele comparou a profissão de jornalista com a de chefe de cozinha para provar que não é necessário fazer faculdade específica para atuar em determinadas áreas. "Um excelente chefe de cozinha poderá ser formado numa faculdade de culinária, o que não legitima exigir que toda e qualquer refeição seja feita por profissional registrado mediante diploma de curso superior nessa área. O Poder Público não pode restringir, dessa forma, a liberdade profissional no âmbito da culinária. Disso ninguém tem dúvida, o que não afasta a possibilidade do exercício abusivo e antiético dessa profissão, com riscos eventualmente até a saúde e à vida dos consumidores", disse.

Ainda segundo Mendes, o fato de um jornalista ser graduado não significa mais qualidade aos profissionais da área. “A formação específica em cursos de jornalismo não é meio idôneo para evitar eventuais riscos à coletividade ou danos a terceiros.” afirmou.


Opiniões diferentes


A advogada Grace Maria, representante da Advocacia-Geral da União se manifestou contrária ao pedido do sindicato e do MPF. Para ela, “a missão de informar exige diploma para o exercício da profissão”.

Para João Roberto Egydio, advogado da Federação Nacional dos Jornalistas - Fenaj -, a exigência não impede ninguém de escrever em jornal. “Consagra a figura do colaborador, inclusive remunerado”, citou. “Não é exigido diploma para escrever em jornal, mas para exercer em período integral a profissão de jornalista”, completou.


Já para Taís Gasparian, advogada do Sertesp, o jornalismo não depende de qualificação técnica específica. “É uma profissão intelectual ligada ao ramo do conhecimento humano, ligado ao domínio da linguagem, procedimentos vastos do campo de conhecimento humano, como o compromisso com a informação, a curiosidade. A obtenção dessas medidas não ocorre nos bancos de uma faculdade de jornalismo”.

O fim da exigência do diploma foi comemorado pela Associação Nacional dos Jornais (ANJ). Para o diretor do Comitê de Relações Governamentais da ANJ, Paulo Tonet Camargo, a associação não é contra o diploma, mas apenas considera que a exigência confronta com a liberdade de expressão. Apesar da decisão, a ANJ continuará orientando as empresas a contratarem jornalistas graduados e com diploma.
Com informações da Globo.com,
Agência Estado,
Folha Online e
Jornal Correio de Uberlândia

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Os 10 filmes estrangeiros mais importantes da última década


A revista norte-americana "Paste" produziu uma lista com aqueles que ela considera ser os 25 filmes estrangeiros mais importantes da década. Segundo a publicação, a ideia surgiu da necessidade de mostrar ao mundo que há muito cinema de qualidade além de Hollywood. Tanto que a revista chega até a afirmar o seguinte: "diga o que quiser a respeito do atual estado do cinema dos Estados Unidos, mas existe uma verdade que os cinéfilos consideram ser quase incontestável: ano após ano, muitos dos melhores filmes são importados de países ao redor do mundo".

O brasileiro "Cidade de Deus", de Fernando Meirelles, ficou em 4º lugar na lista, que está muito bem representada, com obras européias, asiáticas e mexicanas. Na América Latina, além do filme do Brasil, há também um colombiano.
Veja abaixo os 10 melhores estrangeiros da última década: são dramas, épicos, animações, comédias, cinebiografias, etc.

1º. O Labirinto do Fauno (México, 2006)
2º. O Tigre e o Dragão (China, 2001)
3º. O Escafandro e a Borboleta (França, 2007)
4º. Cidade de Deus (Brasil, 2003)
5º. Fale com Ela (Espanha, 2002)
6º. A Viagem de Chihiro (Japão, 2001)
7º. Amor à Flor da Pele (China, 2001)
8º. A Vida dos Outros (Alemanha, 2006)
9º. Amores Brutos (México, 2000)
10º. Caché (França, 2005)
Com informações do Yahoo.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Comissão do Senado aprova projeto de lei que propõe fim de fusos horários no país

A Comissão de Assuntos Econômicos do Senado aprovou hoje um projeto de lei de autoria do senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) que acaba com os fusos horários no país. Pela proposta, todos os Estados passam a adotar o horário de Brasília (hora legal). A matéria ainda será analisada em caráter terminativo pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional. Se aprovado, o projeto de lei segue para apreciação da Câmara.

O Brasil tem três fusos horários. A maior parte das cidades adota o mesmo horário de Brasília. Os Estados do Amazonas, Acre, Rondônia, Roraima, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul marcam uma hora a menos que Brasília e o território de Fernando de Noronha, no Atlântico, uma hora a mais. Até abril de 2008, Acre, Amazonas e Pará tinham dois fusos horários, o que acabou extinto
O relator do projeto, Gim Argello (PTB-DF), acredita que, como há consenso, ele pode ser aprovado no Senado antes do recesso parlamentar de julho.

Para o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), o processo integraria diferentes mercados, além de facilitar transmissões de televisão, rádio e horários de viagens. Interlocutor do governo na Casa, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) disse que o governo federal e os dos Estados são inteiramente favoráveis ao projeto.

O território brasileiro é cortado por três fusos horários, mas a maioria do país adota a hora de Brasília, chamada hora legal brasileira, estabelecida pelo Decreto 2.784, de 18 de junho de 1913.
Apenas o arquipélago de Fernando de Noronha e a ilha da Trindade seguem o primeiro fuso, com duas a menos em relação à base de cálculo internacional de horário, Greenwich, e Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Amazonas, Rondônia, Roraima e Acre seguem o terceiro fuso, com quatro horas a menos.

O texto do projeto não modifica o horário de verão.

Piero Locatelli
Do UOL Notícias
Em Brasília
Acho que realmente é um bom projeto. Resta saber se irá prosseguir.

Videogame pode ser usado contra agressividade

Jogos de lógica e cooperação estimulam atitudes mais calmas


A despeito da fama negativa que o videogame tem acumulado, duas pesquisas recentes apontam que os jogos eletrônicos podem ser usados para diluir a agressividade. Com publicação prevista para junho na Revista de Psicologia Experimental, nos Estados Unidos, as pesquisas indicam que testar as habilidades motoras e de raciocínio em jogos violentos, de fato, aumenta a agressividade.

Mas, felizmente, o contrário também é verdade. Quem passa o tempo brincando com jogos que estimulam a cooperação e a lógica apresenta um comportamento mais amistoso e colaborativo. Não apenas as atitudes ficam mais calmas, como os pensamentos assumem características mais tranqüilas.

Na conclusão, os responsáveis pelos dois estudos indicam que os efeitos do videogame sobre os seres humanos são semelhantes aos de outros estímulos visuais, como a televisão e o cinema, sem haver tanto motivo para demonizar o aparelho que atrai atenções de todas as idades, hoje em dia. "As crianças mostram o quanto o exemplo e a convivência interferem no nosso dia-a-dia", afirma a pediatra Fátima Parente. "Se elas presenciam gestos violentos, tendem a agir com agressividade. Na idade adulta, isso é mais sutil de se notar, porque a quantidade de estímulos que recebemos é maior e a personalidade tem aspectos mais firmes. Mas também acontece".


Com informações do Yahoo


É impressionante como grande parte das pessoas se interessa por violência. Esse fenômeno acontece no cinema, nos esportes, na sociedade e, principalmente nos jogos eletrônicos. Muitos tentam descobrir por qual motivo violência vende tanto e porque jogos violentos são tão atraentes ao público.


Lendo alguns artigos na Internet, concordo com a opinião de André Rubens. André é autodidata, empresário, sócio da BlueBox Eficiência e da MP Games Lan House, além de presidente da ALMIG - A Associação das Lan Houses de Minas Gerais -. Segundo ele, a violência propicia ao jogador uma sensação de catarse*, fazendo com que ele descarregue emoções negativas durante a brincadeira e sinta-se mais leve no final do processo. Ainda segundo André um detalhe importantíssimo é a aventura sem conseqüências, que o jogo eletrônico pode fornecer. Muitas pessoas já se imaginaram fazendo parte da tropa de elite da polícia, pilotando veículos de guerra e comandando tropas, comandando exércitos medievais entre outras fantasias que são impossíveis de ser realizadas ou perigosas demais. O jogador sente a adrenalina que o jogo proporciona, desliga o computador e vive sua vida normalmente, sem os riscos que viver essas situações de uma forma real traria para ele.


Contudo, já que as pesquisas indicam que testar as habilidades motoras e de raciocínio em jogos violentos, de fato, aumenta a agressividade, precisamos nos interessar por outro tipo de "diversão”. Diversão que estimule a cooperação, a lógica e o raciocínio rápido. Não há necessidade crucificar o videogame que atrai a atenção de todos. De toda forma, é importante que se abra espaço para discussões e indagações.



*palavra utilizada em diversos contextos que significa "purificação", "evacuação" ou "purgação". Segundo Aristóteles, a catarse refere-se à purificação das almas por meio de uma descarga emocional provocada por um drama.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Lugar de aparelho velho não é no lixo comum


Você já percebeu com que velocidade as tecnologias são substituídas? Quando se substitui uma tecnologia, para onde vão os equipamentos “obsoletos”? Difícil de responder, não é? Leia o texto a seguir, publicado no jornal Estadão.

Na hora de aposentar um eletrônico, não custa avisar. Aparelhos antigos como computadores, celulares, televisores, DVDs, monitores, etc. nunca devem ser jogados no lixo comum.
Ainda que sejam levados para aterros sanitários, os componentes desses equipamentos contêm metais que podem contaminar o solo e chegar a aquíferos e rios. Além disso, pessoas que manejam o lixo podem sofrer acidentes graves se forem expostas aos químicos presentes nos aparelhos.
Os maiores fabricantes de eletrônicos têm programas para receber equipamentos usados e destiná-los a empresas especializadas na reciclagem desse tipo de produto. Se você tiver de descartar um computador sem marca, outra forma é destiná-lo a organizações não-governamentais que fazem uma reforma e reutilizam esses produtos. O Comitê pela Democratização da Informática (CDI) é a principal ONG do tipo, que tem escritórios por todo o País.
Revender o equipamento quebrado para lojas de informática, empresas de reciclagem desconhecidas ou até mesmo ferros-velhos não são opções ambientalmente seguras. Existe o risco de a empresa reciclar apenas as peças úteis e jogar as partes que não dão lucro no lixo comum.

Lixo eletrônico

O lixo eletrônico - materiais de equipamentos tecnológicos obsoletos - é um problema crescente no mundo. Estima-se que, só na União Europeia, sejam descartadas cerca de 8 milhões de toneladas de lixo eletrônico por ano. Nos EUA, a Agência de Proteção ao Meio Ambiente (EPA), estima que sejam 4 toneladas por ano.
No caso dos celulares, um estudo do instituto Ipsos, de 2008, diz que a maior parte dos brasileiros dá o telefone antigo para alguém (34%) ou revende o celular (26%). Sete em cada 100 pessoas, porém, jogam o aparelho no lixo e só 2% reciclam.

Mas o que nós podemos fazer, afinal ?

O primeiro passo para a melhora do atual quadro é se conscientizar sobre o problema. Também devemos procurar meios de amenizar o problema, seja pelo controle no consumo destes equipamentos, seja pelo correto encaminhamento destes quando não os queremos mais.
A atitude final a ser adotada seria incentivar as empresas que fabricam produtos com menor impacto serem contempladas na hora da compra, ou aquelas que se comprometem em recolher o equipamento antigo.

Com informações do Estadão e do site www.sermelhor.com

Inscrições para o Enem começam hoje



O Enem - Exame Nacional do Ensino Médio - servirá como processo seletivo para ingresso nas universidades e nas instituições federais. Os alunos que pretendem participar do processo seletivo da Universidade Federal de Uberlândia devem ficar atentos as datas e ao conteúdo cobrado. A entidade foi uma das universidades brasileiras que adotaram um novo modelo em substituição à primeira dase do vestibular. A prova está mais abrangente, com questões mais próximas da realidade de nós estudantes. O novo exame também ajudará a melhorar a qualidade do ensino médio.

Seguem algumas informações importantes acerca do Exame:

Quem poderá realizar o exame ?
Todos aqueles que concluíram o Ensino Médio em 2009, os egressos deste nível de ensino em qualquer uma de suas modalidades e todo cidadão que, na data da realização da primeira prova, tenha no mínimo 18 anos completos.
Quando começam as inscrições ?
Começam hoje e prosseguem até o dia 17 de julho.
Onde realizar as inscrições ?
Pelo endereço eletrônico www.mec.gov.br/enem, das 8h do dia 15 de junho às 23h 59 min. do dia 17 de julho deste ano.
O que é necessário para se inscrever ?
Os candidatos devem ter o CPF e o documento de identificação.
Terá algum custo?
As inscrições dos egressos do ensino médio e dos jovens adultos que não concluíram esse nível de ensino na idade próxima estão sujeitos ao pagamento de R$ 35. Neste caso, as inscrições vão até as 23h 59 min. do dia 19 de julho.
Os alunos concluintes do ensino médio, matriculados em qualquer modalidade, matriculados em instituições públicas de ensino e todos os alunos participantes do Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja) 2006, 2007 e 2008 serão isentos da taxa de inscrição. Os demais alunos que não se enquadrarem e desejam pedir isenção, deverão solicitar a mesma mediante requerimento disponível, de hoje até o dia 19 de junho, por meio do endereço eletrônico.
Quando as provas serão realizadas?
Nos dia 3 e 4 de outubro. No primeiro dia, as provas acontecerão das 13h às 17h 30 min. Já no segundo, será realuzada das 13h às 18h 30 min. Serão 180 questões divididas em quatros áreas: Linguagens, Códigos e suas tecnologias e Redação; Matemática e suas tecnologias; Ciências Humanas e suas tecnologias e Ciências Naturais e suas tecnologias.

E é sempre bom lembrar: não deixar para realizar a inscrição na última hora... No mais, é só estudar e se preparar.

Com informações do Jornal Correio de Uberlândia

domingo, 14 de junho de 2009

Adolescente joga moeda de 1 centavo e provoca prejuízo de quase R$ 2 mil

Um adolescente estadunidense provocou um prejuízo de US$ 932,37 (cerca de R$ 1.805) em uma BMW após ter jogado uma moeda de um centavo de dólar contra o veículo, segundo reportagem do jornal americano "Salt Lake Tribune".
Segundo o relatório policial, o adolescente disse que jogou a moeda no carro para chamar a atenção dos ocupantes da BMW. O incidente aconteceu em uma avenida em Salt Lake City, no estado de Utah (EUA).De acordo com o jornal, a moeda acabou batendo no teto da BMW, causando danos de US$ 932,37. O adolescente, que tem cerca de 18 anos e não teve o nome divulgado, vai responder na Justiça por danos materiais.


E nesse tipo de situação que percebemos o quão uma moeda de 1 centavo pode ser muito "poderosa"...

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Suécia vai propor imposto europeu sobre emissão de gás carbônico

País assume presidência da União Europeia em julho. Primeiro ministro diz que taxa é modo eficaz de cortar emissões.



Quando a Suécia assumir a presidência da União Europeia em julho, insistirá para que os demais membros do bloco imponham um imposto sobre as emissões de gás carbônico, como forma de atingir as metas de redução dos gases causadores do aquecimento global; disse o primeiro-ministro Fredrik Reinfeldt.

O chefe de governo afirmou que taxar a poluição é a melhor forma de reduzir os gases do efeito estufa (responsável pela mudança climática) e sugeriu que Estados-membros coordenem a introdução da cobrança, já que a União Européia não tem poderes de tributação.
"Estou pedindo a eles que introduzam isto no nível de Estado-nação", disse Reinfeldt. "A taxa de CO2 é uma boa ideia".

Reinfeldt reconheceu que, embora o imposto possa se mostrar impopular entre os eleitores ou empresários em meio à crise econômica atual, ele sairá mais barato, no longo prazo, ao pressionar a Europa a desenvolver uma economia de baixa emissão.

"Esta é a forma mais eficiente de remodelar a economia num sentido de baixo carbono, porque todas as outras coisas que tenho visto pelo mundo que é usado no lugar do imposto de CO2 são muito mais caras... pressiona muito mais o orçamento", disse ele a jornalistas.

Reinfeldt foi a Bruxelas para explicar as prioridades que adotará na presidência do bloco europeu. Os países da UE já haviam estudado a ideia de adotar um imposto de CO2 , antes de decidirem adotar um sistema de comércio de emissões.

Só quatro países do bloco têm uma taxa de tipo: Suécia, Finlândia, Eslovênia e Dinamarca.

A Suécia adotou o imposto em 1991, e isso estimulou o uso de bicombustíveis no aquecimento. No entanto, críticos dizem que o efeito da taxa foi reduzido, porque ela não se aplica à geração de
eletricidade.

Extração: Estadão Online

Pesquisadores ambientais já prevêem os problemas que poderão atingir nosso planeta caso as emissões de gás carbônico continuem. Muitos ecossistemas, espécies vegetais e animais poderão ser extintas. Derretimento de geleiras, alagamento de ilhas e regiões litorâneas também podem ser resultado da desenfreada emissão de CO2 .


A medida adotada por Reinfeldt pode causar certo espanto momentaneamente. Contudo, já que todas as outras iniciativas realizadas pelo mundo (o Protocolo de Kyoto, por exemplo) parecem não surtir efeito considerável, a cobrança do imposto de CO2 pode ser uma boa alternativa.


Isso porque países como os Estados Unidos tem dificultado o avanço de acordos. Alegam que a redução da emissão de gases poluentes poderia dificultar o avanço das indústrias no país.
E como afirma o chefe de governo, a cobrança pode ser é a forma mais eficiente de remodelar a economia num sentido de baixo carbono. Seria necessário cobrar algo que, teoricamente, é obrigação? Será que mexendo nos cofres do governo a situação irá melhorar?